A Secretaria de Parcerias em Investimentos do Estado de São Paulo autorizou a contratação da IFC – Corporação Financeira Internacional para consultoria de estruturação técnico-financeira da concessão de linhas do Metrô de São Paulo.
Na prática é um estudo que vai avaliar a possibilidade de conceder as linhas que hoje são operadas pela estatal: as linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e monotrilho da Linha 15-Prata.
O contrato vale R$ 62 milhões (R$ 62.523.500,12), e deve durar 48 meses. Haverá ainda análises de expandir a capacidade de investimento e melhorar a governança da operadora.
Projeto da atual gestão
A gestão de Tarcísio de Freitas pretende conceder as linhas restantes do Metrô de São Paulo, segundo o jornal “Folha de São Paulo“.
“Ele tem o objetivo de estabelecer a marca de um governo que passou um grande número de equipamentos do poder público para a administração empresarial“, diz a publicação.
Durante a entrega do primeiro trem da ViaMobilidade, o governador já havia falado sobre a operadora, que na avaliação dele estaria “flertando com a dependência” financeira. A fala foi sobre o movimento grevista, e que acabou sendo cancelado após a empresa entrar em acordo com os sindicalistas.
“Situação delicada do metrô, né? Porque é uma empresa que tá flertando com a dependência, né? Tá prestes a se tornar uma estatal dependente, né? Pela incapacidade de por meio da suas receitas, da conta do seu custeio.”
Sindicato se mobiliza
O sindicato dos Metroviários vem se mobilizando contra a possível privatização dos serviços. Em seu twitter, a presidente da entidade, Camila Lisboa, se mostrou contrária a medida.
“Tarcísio vai gastar uma bolada de dinheiro público para planejar a entrega de uma empresa estatal para a iniciativa privada. Dinheiro que poderia ser investido no Metrô para garantir mais eficiência e qualidade no serviço à população!” – afirmou.
É em momentos como esse que percebemos o quanto o Brasil é um país atrasado institucionalmente e intelectualmente… Muitos políticos, que continuam presos em pensamentos da década de 1990, influenciados pela “caça aos marajás” de Fernando Collor que impulsionou as privatizações a qualquer custo, não percebem que estamos em pleno 2023 e que nunca houve tanto crédito fácil e barato à disposição dos governos para financiar projetos capazes de reduzir a poluição ambiental por todo o planeta, com os quais o metrô, que reduz o uso do automóvel à combustão, é totalmente compatível. Essa economia de padaria que está sendo vendida pelos privatistas é apenas uma cortina de fumaça para que uns poucos amigos do rei sejam eternamente sustentados por aportes e subsídios do papai estado. Os tempos atuais estão desafiando a sociedade a desenvolver soluções sustentáveis para o sistema de consumo e é o estado que tem que impulsionar esse processo, afinal a iniciativa privada do Brasil, imatura e dependente, não tem capacidade para isso, aliás, o que esperar de bom desse bando de sanguessugas? Nada. São cupinchas que não produzem nada de útil.