Teleféricos são viáveis para a cidade de São Paulo?

As eleições municipais estão em curso, e uma das propostas que mais chama a atenção no transporte coletivo é o uso de teleféricos como solução para a mobilidade na maior cidade do país. É o caso da proposta de Pablo Marçal, que defende esse meio de transporte.

A tecnologia, antes concentrada em locais de lazer, já é usada como meio de locomoção. Medellín, na Colômbia, adotou o transporte por cabos para conectar comunidades isoladas aos centros urbanos. Em 2004, a cidade integrou totalmente os teleféricos ao sistema de transporte público existente.

No caso da proposta do candidato franco-atirador nas eleições paulistanas, o projeto é apresentado inclusive como uma solução ao Metrô. “Esse modal possui grande vantagem sobre os metrôs, pois o tempo de construção das estações é infinitamente menor, não precisa de perfuração (de solo) e, consequentemente, o custo com desapropriações é evitado”, segundo o documento “São Paulo para 2050 em 2028”, da campanha do candidato do PRTB, o mesmo partido de Levy Fidelix, do Aerotrem.

A tecnologia pode até ser usada como meio de transporte em alguns locais, mas sua aplicação é limitada a sistemas de baixa capacidade. Teleféricos podem transportar até 2 mil pessoas por hora por sentido. Em comparação, corredores de ônibus, na modalidade BRT (Bus Rapid Transit), têm uma capacidade de 15 mil passageiros por hora por sentido. Vale ressaltar que a conta considera estruturas segregadas.

O ex-coach comparou o metrô com o teleférico. Linhas metroviárias tem a capacidade de 60 mil passageiros por hora por sentido.

Além disso, existe uma limitação quanto à distância que um teleférico pode cobrir. O maior do mundo, localizado no Vietnã, tem 6,2 quilômetros de extensão.

Paulistano, profissional de Marketing Digital, técnico em Transportes, Ciclista, apaixonado pelo tema da Mobilidade, é o criador do Portal Via Trolebus.